domingo, 9 de março de 2014

A PEDAGOGIA DA QUARESMA

Todos somos convidados, neste tempo, a rever o modo de viver cristão e dar importância à celebração do mistério pascal. A Quaresma é o tempo litúrgico favorável à graça da conversão e da reconciliação.
“Vós (ó Deus) concedeis aos cristãos esperar com alegria, cada ano, a festa da Páscoa. De coração purificado, entregues à oração e à prática do amor fraterno, preparamo-nos para celebrar os mistérios pascais, que nos deram vida nova e nos tornaram filhas e filhos vossos”, reza o Prefácio da Quaresma I.
Trata-se, portanto, de uma pedagogia salutar. Ela nos propõe a revisão do nosso modo de viver, apresentando muitas questões à nossa consciência, por exemplo: o que mais desejo em minha vida? O que considero mais importante? O que mais influi sobre minhas opções e escolhas? Para onde se direciona o meu amor primário? Que direção assinala a bússola da minha viagem no tempo?
Parece a muitos que a renovação promovida pelo Vaticano II se refere somente à modalidade exterior da organização eclesial. É justamente o contrário. Ela diz respeito à nossa vida pessoal, às correções que devemos imprimir em nossa conduta, aos critérios norteadores do nosso senso moral, segundo as questões existenciais de nosso tempo.
“Convertei-vos e crede no evangelho” (Mc 1,15) é o grande apelo deste tempo litúrgico. É preciso dar a si mesmo um referencial, um significado e uma direção para a vida, a fim de que se torne verdadeiramente humana e cristã.
Oremos: “Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei a confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!” (missa do 3º domingo da Quaresma).
D. Orani João Tempesta, O.Cist.

Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro

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